Annapūrṇa – a deusa da comida, da abundância e prosperidade

Na tradição védica temos devis, que são formas da Mãe Divina. Cada uma dela representa o divino, em suas diversas capacidades. Todas elas são fortes, poderosas, corajosas, protetoras e muito amorosas com todos aqueles que seguem o dharma. Dentre elas, as mais conhecidas são Durgā que representa a força, Lakshmī que representa todo tipo de riquezas, Sarasvatī que representa a sabedoria, Radhā representa o amor, Kali representa a raiva que nasce para nos proteger… existem muitas outras, algumas mais conhecidas, outras menos… mas todas possuem a mesma importância.

Dentre elas, temos uma bela forma chamada Annapūrṇa, pouco conhecida fora da Índia. Ela é muito reverenciada na Índia por sua característica de ser nutridora e levar abundância e prosperidade para a casa de todos os que a cultuam. Ela oferece nutrição física e espiritual, permitindo que possamos absorver o conhecimento do estudo de Vedānta, nos conduzindo à mokṣa.

Muitos dizem que Annapūrṇa é uma forma de Parvatī, aquela que alimenta Mahādeva, mas alguns a chamam de Lakshmi Annapūrṇa, Lakshmī, que também dá prosperidade.

Ela é a devi de Varanasi, a cidade mais antiga da India e uma das cidades mais antigas que continua viva, do mundo.

Simbologia de Annapūrṇa

Jovem, com rosto redondo e brilhante como a lua cheia, três olhos e quatro braços. Ela está adornada com enfeites e segura em uma das mãos um pote de mingau, o mingau mais saboroso, em outra mão, ela segura uma concha dourada, em outra ela faz abhaya mudrā (mudrā que indica ser inofensivo: “não tenha medo de mim pois não sou concorrente sua e não desejo nada do que você tem”) e na ultima mão ela faz uma mudrā utilizada para oferecer bençãos.

Às vezes ela aparece sentada em um trono de ouro, uma lua crescente adornando sua cabeça e o Senhor Shiva do seu lado, vestido de mendigo, implorando esmolas. Outras vezes você irá encontrá-la segurando os Vedas em uma das mãos e em outra, uma japamala. Nestas imagens ela não segura o pote de mingau.

 

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